Um levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia que mostra que apenas 40% das pacientes do SUS conseguem atendimento dentro do período determinado pela lei dos 60 dias (nº 12.732/12), que obriga que todo paciente diagnosticado com câncer inicie o tratamento no prazo máximo de 60 dias após o diagnóstico. A região Sudeste apresenta o pior desempenho. Espírito Santo cumpriu 55,9%; Minas Gerais 40%; São Paulo 30,4% e o Rio de Janeiro sendo o pior Estado batendo somente 6,4%.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Antônio Luiz Frasson, o acesso é a maior preocupação dos mastologistas do país, considerando as peculiaridades de cada região. “Temos dimensões continentais e em cada localidade há um problema distinto, mas todos ligados ao acesso, seja ao mastologista, aos exames, como a mamografia, biópsia ou tratamento em geral”, alerta o presidente.
Para a Dra. Sandra Gioia, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Rio de Janeiro e coordenadora do estudo, a situação é delicada e o maior gargalo no Rio é a falta de vagas nos hospitais. “Conseguimos fazer o levantamento através do Programa de Navegação de Pacientes (NP) que, desde 2017, atua no polo de diagnóstico do Estado, o Rio Imagem, considerado uma referência no Estado. O programa tem por objetivo levar diagnóstico e tratamento em tempo hábil no nosso tão complexo e ainda fragmentado SUS. No entanto, monitorando as pacientes que passam por lá foi possível comprovar que estamos muito aquém do ideal e que uma Lei Federal é simplesmente ignorada”, afirma a mastologista, acrescentando que devido aos péssimos resultados alcançados, ampliou o mapeamento, analisando os dados do próprio governo federal e constatando que o problema é nacional.
