Transformando a jornada das pacientes com câncer de mama no Rio de Janeiro

Por Sandra Gioia
Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – RJ

Ações Outubro Rosa 2017

A SBM está de parabéns, pois conseguiu promover de Norte a Sul do Brasil ações integradas para diminuir as barreiras ao acesso e aos cuidados de saúde em câncer de mama. Tais barreiras levam aos atrasos de diagnóstico e tratamento, com os consequentes estágios avançados na apresentação e uma alta taxa de mortalidade.

No Rio de Janeiro, após a divulgação do estudo da SBM sobre a distribuição dos mamógrafos e da taxa de cobertura mamográfica, o secretário Estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Jr., anunciou no dia 17/10, durante o Dia D pelo Outubro Rosa, no Rio Imagem, um mutirão da SES para zerar a fila de diagnóstico para o câncer de mama. Luiz Antônio informou também que a partir de novembro o mamógrafo móvel – caminhão itinerante para realização de mamografia – retomará os serviços a partir de novembro, percorrendo as cidades, oferecendo exames e dando apoio aos municípios.

Além disto, a SES-RJ irá integrar a SBM-RJ ao grupo de trabalho iniciado no Rio Imagem com a Navegação de Pacientes. Este é um instrumento de monitoramento individualizado de pacientes desde o rastreamento mamográfico, realização de biópsias mamárias para esclarecimento diagnóstico e encaminhamento para tratamento em tempo hábil dos casos positivos para malignidade. Isto vem facilitando a identificação dos nós críticos e auxiliando o gestor no planejamento das intervenções necessárias para correção das possíveis falhas assistenciais.

O objetivo é que as mulheres tenham o diagnóstico precoce, aumentando as chances de cura da doença, bem como, o cumprimento da Lei No. 12.732/12 do Ministério da Saúde, ou a “Lei dos 60 dias”. Esta lei estabelece que o tratamento para qualquer tipo de câncer para os pacientes do sistema público de saúde deve começar no prazo de 60 dias a partir do diagnóstico definitivo.

A SBM-RJ convida a todos a refletir sobre suas práticas de trabalho e se co-responsabilizarem na gestão do cuidado centrado na paciente com câncer de mama. Desde o autocuidado, cuidado com as famílias e comunidade, cuidado ofertado nos serviços, cuidado em rede de atenção, formulação de políticas até o encontro por instrumentos financeiros inovadores.

E que as ações do Outubro Rosa perdurem por todo o ano, levando diagnóstico e tratamento em tempo hábil no nosso tão complexo e ainda fragmentado Sistema de Saúde. Oferecendo dignidade ao usuário, retirando barreiras e burocracias com atenção ao ser humano e não a doença em si e transformando o sistema de regulação de doenças em sistema de seguimento de pessoas.

“É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível mudar a realidade.” Nise da Silveira