PNP: Programa de Navegação aos Pacientes com câncer de mama

Uma esperança aos pacientes do Rio de Janeiro

 

POR DRA. SANDRA GIOIA

O Programa de Navegação de Pacientes (PNP), que já acontece nos Estados Unidos, Canadá e em vários países europeus, inaugurou sua base no Brasil no dia 8 de agosto de 2017, no Centro de Diagnóstico de Imagem do Rio de janeiro foi escolhido para sediar o projeto por se destacar como polo de diagnóstico no Estado. Sua proposta é auxiliar as mulheres a superarem as barreiras no acesso aos cuidados e tratamento em tempo oportuno.

O programa é uma ferramenta de tecnologia leve, inovadora e revolucionaria.  O PNP se propõe a levar diagnóstico e tratamento em tempo hábil no nosso tão complexo e ainda fragmentado SUS. Tem o potencial para oferecer dignidade ao usuário do sistema de saúde, retirando barreiras e burocracias com atenção ao ser humano e não a doença em si e transformando o Sistema de Regulação de Doenças em Sistema de Seguimento de Pessoas.

O prazo permitido pela lei brasileira é de 60 dias do momento do diagnóstico de câncer até o início do tratamento do câncer-cirúrgico, quimio ou radioterápico. No entanto, um relatório da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, a Femama, aponta que apenas 30% das pacientes com câncer de mama no Rio de Janeiro começam o tratamento dentro deste prazo. O PNP tem como objetivo prestar assistência imediata, individualizada e suporte às pacientes com câncer de mama, assim que o tumor tem a confirmação histopatológica.

Com o auxílio do programa conseguimos elevar o cumprimento da “Lei dos 60 dias” para 52%, acelerando o início do tratamento, reduzindo a perda de seguimento e melhorando os resultados de cuidados à saúde de mulheres com câncer de mama no Rio de Janeiro. Com 100% de satisfação das pacientes o (PNP) atuou nas principais barreiras: o medo, cuidado de saúde descoordenado, necessidade de refazer exames, preocupação de comunicação com equipe médica, transporte, risco cirúrgico e inserção no SER.

Para o cumprimento da Lei dos 60 dias, o Sistema de Saúde no Rio de Janeiro terá que atuar de forma mais transparente e terá que ser feito com urgência otimização dos recursos financeiros e humanos. O programa até agora foi responsável no cumprimento da Lei em 52%, mas iremos continuar nossos esforços para que as mudanças no fluxo de trabalho aconteçam e a meta de 70% seja alcançada.