Residentes buscam pela melhor opção de trabalho após a formação
Sessenta horas semanais. Plantões dentro e fora da residência. Noites mal dormidas e por vezes, em claro. Pressão e cobrança contínuas e por todos os lados. A rotina dos médicos residentes é física, mental e psicologicamente desgastante e frequentemente associada a elevadas taxas de Síndrome de Burnout e sintomas depressivos, com trabalhos apontando uma prevalência aproximada de 30%. Por esses e outros motivos, residentes de todas as especialidades, mesmo que inconscientemente, sonham com o dia da conclusão do curso e com a entrada no mercado de trabalho.
Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia (SMB) indicam que em 2017 existiam 60 programas de residência médica credenciados no Brasil e 188 residentes matriculados na especialidade, sendo que 83 deles concluiriam a residência em 2018. Os novos mastologistas devem ter conhecimentos de técnicas de cirurgia plástica e oncoplástica, oncologia clínica, radioterapia, radiologia e fisioterapia para que sejam considerados aptos à prática atual da especialidade perante a sociedade. Do mesmo modo que em outras áreas, a Mastologia, apresenta evolução rápida e constante do conhecimento, com enorme produção diária de novas informações e exigência de atualização permanente dos seus profissionais.
Ao concluir a residência nos deparamos frequentemente com uma série de perguntas e questionamentos: Por onde e como começar? Começar sozinho ou em grupo? Iniciar consultório? Continuar com os plantões de obstetrícia/ cirurgia ou ficar somente na Mastologia? Prestar ou não o exame de título de especialista (TEMa)? Fazer curso de oncoplástica? Fazer curso de imaginologia mamária? Iniciar mestrado? Aplicar para programa de fellow no exterior? Associado a isso, vínculos trabalhistas escassos, mercado de trabalho cada vez mais competitivo, dificuldade de cadastro em planos de saúde e falta de concursos públicos são alguns, dos mais variados percalços encontrados ao iniciar a vida no mercado de trabalho. A qualificação profissional e o aprimoramento contínuo são fundamentais, porém o passo seguinte a ser dado após a residência é motivo de intensa reflexão.
Infelizmente não existe uma única resposta para todas as dúvidas e dificuldades listadas. Todos os novos profissionais que entram no mercado enfrentam os mesmos problemas e por vezes até situações piores. Com suas convicções e habilidades, cada um percorrerá o caminho que lhe parecer mais oportuno e oferecer melhores perspectivas para a vida pessoal e profissional. O foco, as metas e os objetivos servirão de guia nesse longo e conturbado caminho que se inicia ao fim da residência.
Paulo Mauricio Soares Pereira Filho
Residência médica em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado.
Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO)
Residência médica em Mastologia pelo Instituto Nacional do Câncer.