Deficiência de vitamina D e obesidade pode indicar maior risco para câncer de mama

Por Dr. Ricardo Queiroga

A vitamina D é bem conhecida por seus benefícios na construção de ossos saudáveis. Um novo estudo apoia a ideia de que ela também possa reduzir o risco de câncer, bem como a mortalidade pelo mesmo, especialmente em mulheres com um menor índice de massa corporal. Os resultados do estudo foram publicados na revista Menopause.

O câncer de mama continua sendo o câncer mais comum em mulheres no mundo e é a principal causa de morte por câncer no sexo feminino. Estima-se 60.000 novos casos de câncer de mama no Brasil em 2018. Alguns fatores de risco são bem conhecidos: menarca precoce, menopausa tardia, idade mais tardia na primeira gravidez, nuliparidade, obesidade e histórico familiar. O papel da concentração de vitamina D no desenvolvimento do câncer de mama, no entanto, continua a ser explorado.

As principais fontes alimentares de vitamina D são os carnes, peixes e frutos do mar, como salmão, sardinha e mariscos, e alimentos como ovo, leite, fígado, queijos e cogumelos. Além dos alimentos, a principal fonte desta vitamina é a sua produção na pele a partir da exposição dos raios do sol, sendo importante tomar banho de sol diariamente, durante cerca de 15 minutos, sem usar protetor solar. Para pele morena ou negra, esse tempo deve ser de 45 minutos a 1 hora por dia, pois quanto mais escura a pele, mais difícil é a produção de vitamina D

Este estudo envolveu mais de 600 mulheres brasileiras e sugeriu que a vitamina D pode reduzir o risco de câncer por inibir a proliferação celular.

Pesquisadores envolvidos no estudo concluíram que as mulheres na pós-menopausa tinham um risco aumentado de deficiência de vitamina D no momento do diagnóstico de câncer de mama, associadas a taxas mais altas de obesidade, do que as mulheres do mesmo grupo etário sem câncer. Estudos similares, também já demonstraram uma relação entre a vitamina D e a mortalidade por câncer de mama. As mulheres no quartil mais alto de concentrações de vitamina D, na verdade, tiveram 50 % menos mortes por câncer de mama do que aquelas no quartil inferior, sugerindo que os níveis de vitamina D devem ser restaurados para uma faixa normal em todas as mulheres com câncer de mama.

“Embora a literatura publicada seja inconsistente sobre os benefícios dos níveis de vitamina D e câncer de mama, este estudo e outros sugerem que níveis mais altos de vitamina D no corpo estão associados a menor risco de câncer de mama”, diz a Dra Joann Pinkerton diretora executiva da sociedade norte-americana de menopausa. ”A vitamina D pode desempenhar um papel no controle das células do câncer de mama ou impedi-las de crescer” sugere a pesquisadora.